Signo, de uma forma geral, é toda unidade simbólica que, quando
utilizada, faz referência a (ou substitui) outra coisa. Nas palavras do
linguista Francisco da Silva Borba, o signo é “alguma coisa no lugar de outra”
(BORBA, 2008, p. 18).
O signo
linguístico, por sua vez, que é o
que nos interessa em língua portuguesa, como um subconjunto do grupo
maior dos signos, é a unidade
vocal dotada de sentido que é formada pela união de duas facetas
indissociáveis: o conceito a
respeito de determinada coisa (ou significado), e a imagem acústica (ou significante), algo como a compreensão de como
seriam os sons com que representamos esse conceito.
Atente-se às expressões “a respeito de determinada
coisa” e “compreensão de como seriam os sons”, que enfatizam aspectos mentais e
não físicos. A esse respeito, Ferdinand de Saussure nos esclarece: “o signo
linguístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem
acústica” (2012, p. 106). Tal citação deixa claro que ao tratar do signo e
seus constituintes indissociáveis, Saussure tinha em mente o caráter psíquico
da língua.
Pensemos num carro. Obviamente, todos temos a ideia
do que seja este objeto: um veículo automotivo, com rodas, volante, chassi... A
partir do momento em que nos vem à mente o objeto carro, colocamos em prática
as duas faces do signo linguístico carro.
Isso porque junto com a ideia do que seja esse objeto (significado ou conceito)
pensamos, imediatamente, nos elementos sonoros que se referem a essa ideia
(significante ou imagem acústica).
A partir do que ficou dito acima, podemos concluir
que o significante e o significado são
inseparáveis. Não existe signo só com significante, ou seja, só com a
imagem acústica (pois, caso contrário, teríamos apenas um ruído), assim como
não existe signo só com significado, ou seja, só com o conceito (pois, neste
caso, teríamos na mente algo que não seríamos capazes de expressar ou mesmo
distinguir com perfeição).
Pois bem: os
signos linguísticos possuem a capacidade de associarem-se e oporem-se, de
modo a formar a linguagem e, principalmente, todo o complexo representativo a
ela inerente. Essa segunda dupla faceta (a primeira é a união de significante e
significado) é que dá origem aos conceitos de sintagma e paradigma. Pense
na seguinte sentença: este é um belo
carro. Percebe-se que não temos mais uma única ideia a representar, ou
seja, a de um objeto dotado de rodas, volante etc. Temos pelo menos duas
ideias: a do carro e a da beleza que se afirma que ele tem. Para expressar
estas ideias, nos utilizamos de vários signos, elencados de forma linear e
sucessiva. Este é o plano das relações
sintáticas. Todavia, podemos modificar a sentença, de modo a dizer este é um ótimo carro ou este é um péssimo carro. É inegável que
o sentido das sentenças é bem diferente e isso só é possível graças às
oposições entre os adjetivos “belo”, “excelente” e “péssimo”. Esta capacidade
que os signos têm de se alternarem (ocupando uns o lugar dos outros de modo a
conferir novos sentidos a uma sentença) é fruto das relações paradigmáticas.
Veja abaixo um quadro que ilustra bem as relações
sintagmáticas e paradigmáticas. Embora tais relações possam ocorrer em vários
níveis, como o dos morfemas ou o dos fonemas, preferi, para fins didáticos,
exemplificar apenas no âmbito de uma frase e suas palavras. Perceba que
elenquei algumas possibilidades e destaquei em negrito as escolhas feitas, que
resultaram numa frase. Tente verificar quantas diferentes possibilidades de
frases você consegue formar alternando as palavras do eixo paradigmático:
Essa tarefa de escolher e relacionar as palavras
nós fazemos cotidianamente nas nossas atividades comunicativas e é essencial
para que consigamos interagir e nos expressar com eficiência.
Para melhor entender o conceito de signo
linguístico, estude os textos referentes aos temas abaixo, aqui mesmo no site Professor Weslley Barbosa:
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Professor
Weslley Barbosa