CONCEITO DE ESTRANGEIRISMO
Dá-se o nome de estrangeirismo¹ ao uso de palavras
ou expressões estrangeiras na língua portuguesa. Tal processo
decorre do natural contato entre indivíduos e culturas e parece ser uma
tendência cada vez mais comum, com o fenômeno da globalização.
São exemplos de estrangeirismos: site, flashback,
marketing, jeans, xampu (shampoo), e-mail, smartphone,
internet, show, parkour, pizza etc.
Os estrangeirismos podem comportar-se de duas
formas: i) manter sua grafia original (show, jeans); ii) sofrer
um processo conhecido como “aportuguesamento” (CIPRO NETO; INFANTE, 2008;
BUENO, 2014) (xampu, basquete). Sobre isso, vejamos o que nos diz
Silveira Bueno:
Dada
a frequência de sua utilização, alguns termos estrangeiros acabam por ser
incorporados à língua, seja com uma nova ortografia (aportuguesada), seja
simplesmente com sua grafia original (BUENO, 2014, p. 100).
Parece haver algo como um consenso entre os
gramáticos em relação à grafia dos estrangeirismos. Silveira Bueno afirma que “as
palavras estrangeiras que mantêm a grafia original devem ser grafadas entre
aspas ou grifadas em itálico” (idem). Já as palavras que passaram pelo processo
de aportuguesamento não recebem destaque. Seguem a mesma opinião Pasquale Cipro
Neto e Ulisses Infante.
APROFUNDAMENTO
Muitos gramáticos criticam os excessos na
utilização de estrangeirismos. Pasquale e Ulisses Infante asseveram que “são
condenáveis abusos de estrangeirismos decorrentes de afetação de comportamento
ou de subserviência cultural” (2008, p. 117). A mesma opinião é defendida por
Evanildo Bechara, que, apesar de entender os estrangeirismos como ocorrências
naturais na evolução das línguas, defende que se deve combater “o excesso de importação
de línguas estrangeiras, mormente aquela desnecessária por se encontrarem no
vernáculo palavras e giros equivalentes” (BECHARA, 2015, p. 618).
Com relação aos aspectos formais relacionados aos
estrangeirismos, vale destacar as colocações de José Carlos de Azeredo. Segundo
ele:
Os
estrangeirismos são em sua esmagadora maioria unidades formais e estão sujeitos
a variados processos de incorporação. O primeiro fator a considerar é o sistema
gráfico empregado na língua de origem. Se o sistema gráfico da língua doadora é
igual ao do português, é comum que a palavra ou expressão conserve a
representação gráfica de origem: mouse, mise-en-scène, carpaccio
(AZEREDO, 2013, p. 400 – grifos do autor).
Com relação aos processos de incorporação dos
termos estrangeiros à nossa língua, Azeredo (2013, p. 401) destaca:
Xenismo - o
estrangeirismo conserva a forma gráfica de origem: mouse.
Adaptação - submete-se
o estrangeirismo à morfologia portuguesa: checar.
Decalque - tradução
literal do estrangeirismo: alta costura (do francês haute couture).
Sigla/acrônimo - emprego das
iniciais das palavras estrangeiras: CD (compact disk).
Há gramáticos que classificam os estrangeirismos de
acordo com sua origem. É como procede Napoleão Mendes de Almeida, que nos
apresenta os seguintes: “galicismo (da Gália, antigo nome da França), anglicismo
(do inglês), castelhanismo (do espanhol) etc” (2009, p. 506 – grifos do
autor).
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NOTA:
1 – Os
estrangeirismos são também chamados de empréstimos linguísticos (CIPRO NETO;
INFANTE, 2008).
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Professor Weslley Barbosa