10/01/2023

ESTRANGEIRISMOS


CONCEITO DE ESTRANGEIRISMO

 

Dá-se o nome de estrangeirismo¹ ao uso de palavras ou expressões estrangeiras na língua portuguesa. Tal processo decorre do natural contato entre indivíduos e culturas e parece ser uma tendência cada vez mais comum, com o fenômeno da globalização.

 

São exemplos de estrangeirismos: site, flashback, marketing, jeans, xampu (shampoo), e-mail, smartphone, internet, show, parkour, pizza etc.

 

Os estrangeirismos podem comportar-se de duas formas: i) manter sua grafia original (show, jeans); ii) sofrer um processo conhecido como “aportuguesamento” (CIPRO NETO; INFANTE, 2008; BUENO, 2014) (xampu, basquete). Sobre isso, vejamos o que nos diz Silveira Bueno:

 

Dada a frequência de sua utilização, alguns termos estrangeiros acabam por ser incorporados à língua, seja com uma nova ortografia (aportuguesada), seja simplesmente com sua grafia original (BUENO, 2014, p. 100).

 

Parece haver algo como um consenso entre os gramáticos em relação à grafia dos estrangeirismos. Silveira Bueno afirma que “as palavras estrangeiras que mantêm a grafia original devem ser grafadas entre aspas ou grifadas em itálico” (idem). Já as palavras que passaram pelo processo de aportuguesamento não recebem destaque. Seguem a mesma opinião Pasquale Cipro Neto e Ulisses Infante.

 

APROFUNDAMENTO

 

Muitos gramáticos criticam os excessos na utilização de estrangeirismos. Pasquale e Ulisses Infante asseveram que “são condenáveis abusos de estrangeirismos decorrentes de afetação de comportamento ou de subserviência cultural” (2008, p. 117). A mesma opinião é defendida por Evanildo Bechara, que, apesar de entender os estrangeirismos como ocorrências naturais na evolução das línguas, defende que se deve combater “o excesso de importação de línguas estrangeiras, mormente aquela desnecessária por se encontrarem no vernáculo palavras e giros equivalentes” (BECHARA, 2015, p. 618).

 

Com relação aos aspectos formais relacionados aos estrangeirismos, vale destacar as colocações de José Carlos de Azeredo. Segundo ele:

 

Os estrangeirismos são em sua esmagadora maioria unidades formais e estão sujeitos a variados processos de incorporação. O primeiro fator a considerar é o sistema gráfico empregado na língua de origem. Se o sistema gráfico da língua doadora é igual ao do português, é comum que a palavra ou expressão conserve a representação gráfica de origem: mouse, mise-en-scène, carpaccio (AZEREDO, 2013, p. 400 – grifos do autor).

 

Com relação aos processos de incorporação dos termos estrangeiros à nossa língua, Azeredo (2013, p. 401) destaca:

 

Xenismo - o estrangeirismo conserva a forma gráfica de origem: mouse.

 

Adaptação - submete-se o estrangeirismo à morfologia portuguesa: checar.

 

Decalque - tradução literal do estrangeirismo: alta costura (do francês haute couture).

 

Sigla/acrônimo - emprego das iniciais das palavras estrangeiras: CD (compact disk).

 

Há gramáticos que classificam os estrangeirismos de acordo com sua origem. É como procede Napoleão Mendes de Almeida, que nos apresenta os seguintes: “galicismo (da Gália, antigo nome da França), anglicismo (do inglês), castelhanismo (do espanhol) etc” (2009, p. 506 – grifos do autor).

 

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NOTA:

 

1 – Os estrangeirismos são também chamados de empréstimos linguísticos (CIPRO NETO; INFANTE, 2008).  

 

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Professor Weslley Barbosa